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Pode-se assomar à janela e ver o mundo. Calmamente. Sem tempo. Saboreando o aqui e o agora. Contemplando a árvore na esquina, que você sempre olha sem ver. Agora você pode ver a galhardia com que aguenta o sopro tóxico dos automóveis, as corrosivas urinas dos cachorros (e dos homens), a escassez de água, a calcinação dos verões. Não é de admirar que a pobre árvore seja vista tão pequena e sombria. Mas, ainda assim, está viva. Como você, apesar do peso desses tempos.

Pode-se esquecer por algumas horas as preocupações obsessivas, as feridas da alma arrastadas às costas. Não dê tanta importância aos seus problemas; ninguém mais o faz.

Pode deixar sair por um instante a criança que leva sequestrada dentro de você. Talvez você nem goste do Natal, porque velhas lembranças lhe beliscam em algum recôndito lugar da memória. Mas hoje não é ontem. Concentre-se nessa aura. Na comida gostosa. Em celebrar o milagre de que há pessoas que amam você. Não seja chato. Relaxe e desfrute.

Feliz Natal!

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