Sabe-se que nenhuma data de sesmaria do Siará Grande foi assentada sem o signo da fé cristã. O monumento a Nossa Senhora do Ó é o referencial do primeiro templo católico de Cascavel, a histórica capela cuja construção (1710) foi de enorme significado para os primeiros habitantes das terras cascavelenses. Por volta de 1945, o santuário se encontrava completamente arruinado e com apenas duas paredes em pé, fato que levou o arcebispo de Fortaleza, D. Antônio de Almeida Lustosa (1886-1974), a determinar a sua demolição. Com a retirada do material aproveitável, o vigário padre Antônio de Oliveira Nepomuceno (1906-1994) ergueu uma coluna, como marco do primeiro templo sacro de Cascavel, conforme recomendava o arcebispo. A construção do obelisco que conhecemos hoje foi definida em decorrência dos danos sofridos pelo antigo monumento na campanha eleitoral de 1946, quando fogos de artifício quase destruíram o nicho e a imagem nele contida.
Neste local teve início a história de Cascavel, em 1694, pelos desbravadores Domingos Paes Botão e João da Fonseca Ferreira. Ali, no Sítio Cascavel, foi construída a capela de Nossa Senhora do Ó, em 1710, pelo sargento-mor Manoel Rodrigues da Costa e sua mulher, Francisca Ferreira Pessoa.
Construído próximo ao local da capela, o monumento, de oito metros de altura, foi erguido pelos mestres Felipe e Francisco Cândido. A inauguração ocorreu em 20 de janeiro de 1947, por Dom Raimundo de Castro e Silva (1905-1991), a convite do vigário, padre Antônio de Oliveira Nepomuceno (1906-1994).
No topo do obelisco, a imagem original de Nossa Senhora do Ó, esculpida em madeira – obra de arte do século XVIII vinda de Portugal – foi substituída por uma réplica feita de gesso e cimento pelo escultor e arquiteto italiano de Turim, radicado em Fortaleza, Agostinho Balmes Odísio (1881-1948).
