Faleceu neste domingo, 5/5, em Cascavel, o educador Odilo Maia Moura.
Filho de Joaquim Moura e Francisca Maria Moura, Odilo Moura nasceu em 7 de agosto de 1926, na localidade de União, atualmente Jaguaruana, no Baixo Jaguaribe. Completaria, portanto, 98 anos de idade no próximo mês de agosto.
Chegou a Cascavel aos 14 anos de idade, portanto em 1940, ou seja, há 84 anos. Veio com os pais e mais 14 irmãos. O primeiro trabalho foi numa funilaria com seu pai, para garantir o sustento da família. Em seguida nasceu uma simpatia para consertar e montar rádio, tendo montado uma oficina no centro de Cascavel.
Amante de Cascavel, Seu Odilo, como é conhecido na cidade, ao longo desses anos todos participou ativamente de muitos momentos na cidade, principalmente aos ligados à igreja católica, teatro e cinema. Mas ele tinha uma relação forte de amor que já dura mais de 30 anos. Um amor fraternal de quem tem admiração e apreço pela vida. É a Escolinha Abraço Fraterno, pertencente à Associação de Beneficência Joaquim Moura, que começou com 30 crianças e atualmente tem mais de mil matriculadas. Ele fazia questão de destacar o apoio do “grande e querido amigo” a quem reverenciava: Edson Queiroz, empresário cascavelense já falecido, que muito fez pela população de Cascavel. E o apoio tem continuidade, mesmo depois da partida da sua esposa Yolanda Queiroz.
Puxando pela memória, Odilo Moura lembrava da sua primeira dose de uísque. Em determinado sábado Edson Queiroz chegou a Cascavel para montar uma empresa que desse trabalho e renda para a população do município. Então o empresário fez o convite para visitar o terreno onde seria construída a fábrica de beneficiamento de castanha de caju e naquele mesmo dia lhe deu uma responsabilidade: mandar cavar uma cacimba para dar início aos trabalhos.
Uns quinze dias depois Seu Odilo foi ao escritório do empresário, em Fortaleza, com duas garrafas de água como prova do cacimbão construído, embora a conversa em Cascavel tenha sido apenas para acertar a cavação da cacimba. Como Seu Odilo já chegou com os vasilhames com água, dizendo que a cacimba “deu água com dez metros, mas cavamos mais dois metros”, o empresário chamou dois amigos, entre eles José de Paula Barbosa, para testemunhar o acontecimento. Neste momento, Edson Queiroz, se referindo a Seu Odilo, exclamou: “Chegou mais um doido”.
Edson Queiroz abraçou a todos com muita alegria. “Foi aí que pela primeira vez tomei uma dose de uísque”, lembrava sorrindo Seu Odilo.
Ele contava que logo em seguida começaram a chegar a Cascavel carradas de material e pediram para ele arrumar seis casas para o pessoal que iria trabalhar na construção da fábrica. “Fiquei trabalhando na construção até 1968, no setor de montagem”. A fábrica – Cascaju – foi inaugurada em 13 de dezembro de 1969.
Ao longo dessas mais de nove décadas bem vividas, Odilo Moura foi gerente da fábrica por 28 anos, representante do INSS durante 15 anos, foi também Oficial de Justiça, tendo se aposentando depois de 36 anos de trabalho.
A menina dos olhos do Seu Odilo era a Escolinha Abraço Fraterno, fundada há mais de 30 anos. Nela ele dedicava todo o seu tempo, numa rotina diária de trabalho dividida em dois turnos.
O corpo do educador Odilo Moura foi velado no Centro Cultural Sérgio Moura e sepultado às 17h desta segunda-feira (6/5) no Cemitério São José, em Cascavel.
