Diversas são as manifestações da cultura popular, uma vez que reúne um leque de elementos e tradições que vão desde a linguagem até as produções, quer na música, quer nas danças, festas ou artesanato. Desse modo, essa imensa riqueza da cultura de nosso povo, reúne uma imensidão de saberes que são peculiares à nossa gente. É, pois, uma fonte de manifestações oriundas do fazer artístico, do falar, do agir e do viver das pessoas. O trabalho valioso dos artistas que produzem a magia folclórica envolve a comunidade local. Essa participação ativa popular deve expressar uma interação dinâmica entre os artistas e aqueles que impulsionam o fazer artístico, o povo, elemento de suma importância para a vida cultura.
A festa do bumba meu boi
É no mês de junho que acontece, sobretudo em duas de nossas regiões brasileiras, Norte e Nordeste, esse festejo, intensamente movimentado, uma vez que atrai uma grande quantidade de pessoas para apreciar esse espetáculo onde o mesmo acontece. Essa festa, predominantemente, brasileira, teve sua origem no folclore brasileiro, no século XVIII. Trata-se, pois, da matança de um boi, que ao final do evento é ressuscitado e festejado alegremente pelo dono da fazenda, promotor da festa.
A festa do bumba meu boi em Cascavel
A cidade de Cascavel, município litorâneo cearense, também vive a tradição folclórica desse evento. Assim, no ano de 2012 esse festejo da cultura popular, a festa do boi, aconteceu, pela primeira vez, na comunidade do Alto Luminoso. Como é próprio do evento, o colorido e a contagiante empolgação do público não deixaram de acontecer. Embora, esse acontecimento ocorra dentro das escolas e a comunidade cascavelense não o conheça de forma mais intensa, esse evento folclórico, acontece, sim, em nosso município, não deixando cair no esquecimento essa tão rica e empolgante tradição do nosso folclore. Assim, o Boi Estrela inaugurou, pela primeira vez, a realização desse tão especial e tradicional festejo folclórico, a festa do bumba meu boi, recebendo essa denominação BOI ESTRELA e, tendo à frente o pai do senhor Dida, que na época era só um garotinho. Após vivenciar essa experiência por muitos anos, o senhor Dida deu continuidade ao evento, ficando por um longo período a sua frente. Seu Dida, o mestre da cultura popular, escreveu juntamente com a professora Jackie Lima, ambos trabalhando na Casa da Cultura, hoje NAEC Darcílio Lima, a história do Boi Estrela, enriquecida por músicas que traziam da professora de arte uma coreografia própria. Com o envolvimento da professora Tânia e da professora de Arte Jackie Lima montaram e apresentaram, por alguns anos, na Casa da Cultura de Cascavel, com entrada de livre acesso ao público, várias apresentações do Boi Estrela.
O Boi CC
Merece atenção e aplauso a valorização da cultura e da arte que a instituição educacional Bessa, o CC, Colégio Cascavelense, desenvolve em suas atividades no âmbito da educação de Cascavel. Através da docente Adeline, professora de arte daquela escola, foram apresentados, durante vários anos o Boi CC. O evento sempre lotou o pátio da referida instituição de ensino, atraindo um público que apreciava e aplaudia, com entusiasmo, aquele show de espetáculo apresentado ao ar livre nas dependências do CC. Vale ressaltar, aqui, o apoio de seus diretores, Evânio e Edir Bessa, dado a esse maravilhoso evento cultural, o Boi CC, e a dedicação e empenho da professora Adeline, que, por muitos anos, ficou à frente dessa vibrante festa folclórica
Com a chegada da professora, também de arte, Jackie Lima, em 2011, o Boi CC passou por algumas transformações significativas. Nasceu, naquele ano, um boi mais forte e mais colorido, com uma nova roupagem e com uma nova forma construída pelo grupo Garajal de Maracanaú, ficando sua ornamentação sob os cuidados e a responsabilidade da professora Jackie Lima. O texto original da peça passou por algumas adaptações sem alterar as informações pertinentes. Para compor o elenco em suas apresentações, contava-se com a participação dos alunos dos primeiros anos do ensino médio, dos turnos manhã e tarde. Como não havia figurino próprio para a apresentação do espetáculo, cada participante da brincadeira escolhia o que vestir, assim foi no princípio, segundo a professora Jackie Lima. A partir de 2012, o figurino passou a ser padronizado. Para a apresentação de tão brilhante e significativo evento artístico foi escolhida a data do folclore, 22 de agosto, sendo realizado somente no Colégio Cascavelense. Com a chegada da pandemia, no ano de 2021 não foi possível mais a realização desse espetáculo que, sem sombra de dúvida, marcou os feitos artísticos e culturais apresentados nessa tão augusta casa educacional de nosso município, o Colégio Cascavelense.
Boi Bananeira
A Escola de Tempo Integral Custódio da Silva Lemos, localizada no distrito de Guanacés, em Cascavel, cidade do litoral leste do Ceará, pertencente a rede estadual de educação, sempre primou pela valorização e pelo respeito as nossas tradições culturais. Entre os eventos de natureza artístico cultural ali desenvolvidos e apresentados ao público, merece destaque o Boi Bananeira, assim batizado pela professora e coordenadora da supra citada escola, Veridiana Farias, Verinha, como é conhecida e chamada na comunidade escolar. Essa denominação, Boi Bananeira, se deu pelo fato dessa comunidade, Guanacés, ser uma terra vasta na existência de bananeiras, aliplantadas e cultivadas de forma intensa. Esse fato levou a professora, Verinha, a optar por esse “batismo”, argumento que agradou a todos, uma vez que durante muito tempo, Guanacés carregou essa denominação. Os mais antigos, até os dias de hoje, assim se referem a este que é um dos mais antigos distritos do município de Cascavel.
A apresentação da primeira versão desse evento aconteceu no ano de 2014 na gestão do então diretor, na época, Isarlano Giffone que deu todo apoio e suporte para que o evento fosse brilhante, majestoso e agradável aos olhos do público presente, o que não foi diferente, dado o empenho da gestão, do corpo docente, discente e, sobretudo dos professores colaboradores, Eduardo Reis, Jovan de Sousa, Anísia Ribeiro e principalmente da professora de Arte Jackie Lima.
O espetáculo inaugural aconteceu no mês de junho daquele ano por sugestão da professora de arte. A criação do boi Bananeira ficou a cargo de um artesão da cidade de Cascavel, amigo do professor Felipe Souza. Toda a ornamentação foi feita pela professora Jackie Lima e Brena Nascimento, ficando o figurino a cargo de uma equipe que por ela foi idealizada e em seguida confeccionado por uma costureira local, Maria Auxiliadora, mãe de uma professora.
Para compor o elenco foram convidados os alunos do ensino médio da escola que apresentaram de forma brilhante e entusiasta.
A lenda do bumba meu boi atravessa um longo período e para cada região se mantém a história original, porém, cada lugar tem a liberdade de criar suas próprias adaptações e o nome do seu boi. Na Escola Custódio da Silva Lemos quem ressuscita o Boi Bananeira é o representante do catolicismo, um padre, na representação da igreja evangélica é um pastor.
A Escola Custódio da Silva Lemos, por conta da existência do Boi Bananeira, teve a honra de receber a visita do grupo Gira Mundo, que enalteceu a escola e o evento, deixando, assim, essa instituição educacional orgulhosa de suas ações culturais.
Em virtude da pandemia, a escola não apresenta esse evento desde 2020, mantendo o desejo de vir a fazê-lo nos anos seguintes, buscando, dessa forma, enriquecer suas atividades culturais e manter viva essa tradição cultural que tanto é valorizada por nossa gente. Como instituição educacional que preza pela manutenção e fortalecimento de nossas riquezas culturais, a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Custódio da Silva Lemos incentiva e propaga a divulgação dessas ações que envolvem nossa cultura, através das mais variadas apresentações feitas por seus discentes nas suas dependências.
[Fonte: Cascavel – nossa gente, nossa cultura]