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Não se sabe a data exata de sua construção, mas, ao longo de sua história, a Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição é uma das referências mais significativas da cidade de Cascavel.

Localizada ao norte da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a praça é um quadrilátero com uma diagonal no sentido nordeste/sudoeste, formando dois triângulos: um ao noroeste e outro a sudeste (mantém-se esta forma geométrica). Não possuía jardim, havia uma grama rala nos dois triângulos. Oito benjamins (Ficus benjamin), quatro ao nascente e outros quatro ao poente, arborizavam opostamente, separados pelo quadrilátero, por calçamento de pedras toscas. No triângulo a noroeste localizava-se um coreto descoberto, pintado a cal, de forma octogonal com escada de acesso de quatro degraus, um corrimão contínuo de balaústres e parapeito protegendo todo o coreto, com piso de aproximadamente noventa centímetros de altura do passeio. Ali se apresentavam bandas de música, os políticos discursavam nos comícios e realizavam-se apresentações artísticas.

A praça era o lugar das festas religiosas, das missões, dos eventos sociais, dos leilões beneficentes, das quermesses, das festas de São Sebastião (em janeiro), das coroações de Nossa Senhora (em maio) e dos leilões de Nossa Senhora da Conceição (em dezembro). Um ponto de encontro da sociedade cascavelense, onde gerações de jovens começaram seus namoros, encontravam amigos, reuniam-se para as serenatas…

Ali começou a ser realizada, em 1964, a festa Garota das Férias, mas sem qualquer eleição. Em 1967 é que houve a primeira eleição por renda de quermesses e leilões, sendo vencedora a estudante Violeta Maria Barreto Rocha. Somente no ano seguinte, o Clube Recreativo Cascavelense passou a promover o evento, com festa dançante, passarela, desfile e comissão julgadora.

A praça tinha piso de cimento, cerca de 50 bancos com assento longitudinal de madeira, e cerca de 20 postes de madeira com luminárias elétricas. Na década de setenta, o coreto foi demolido numa reforma na gestão do prefeito Dr. José Vale Albino (1971-1973), quando foram plantadas palmeiras imperiais (Roystonea oleracea) e algarobas (Prosopis juliflora), e o local recebeu jardinagem, novos bancos de cimento e iluminação pública.

Evento marcante aconteceu no ano de 1954, quando Luiz Gonzaga (1912-1989), o Rei do Baião, passou dois meses no Ceará em campanha política para seu parceiro musical, o iguatuense Humberto Teixeira (1915-1979), que se candidatara a deputado federal pelo Partido Social Progressista – PSP. No coreto da Praça da Matriz, o candidato ao parlamento federal fez seu comício e o Gonzagão, com sua sanfona e acompanhamento de zabumba e triângulo, cantou várias músicas, entre elas o clássico Asa Branca, o carro-chefe da campanha.

Em agosto de 1971, com o advento da Lei nº 344, resultado de proposta do prefeito Dr. José Vale Albino (1931-2017), em parceria com o Dr. Tiago Otacílio de Alfeu (1924-2004), as ruas e praças da cidade receberam nova nomenclatura. Assim, a Praça da Matriz (lado norte) passou a se chamar oficialmente Praça Padre Sizenando Marcos de Castro e Silva (1854-1899).

O sobrado do Idelfonso – ou sobrado da Xandu

O sobrado do Idelfonso ficava em frente à Matriz e tirava todo o seu visual. O vigário padre Antônio de Oliveira Nepomuceno (1906-1994) comprou-o de Alexandrina Sampaio (Dona Xandu, mulher de Idelfonso de Castro, que o adquirira de seu irmão, Galdino de Castro), residente em Jacarecoara, por cinco mil cruzeiros, um saco de farinha e um de goma. O intermediário da transação foi monsenhor Catão, irmão da proprietária. Este sobrado foi demolido e o seu material, juntamente com o do casarão de José Luiz da Rocha (Zeca Luiz, 1887-1976), foi aproveitado no alicerce da casa de partos da Maternidade Nossa Senhora das Graças. [Fonte: Cascavel Antes e Agora]

Praça Padre Sizenando Marcos de Castro e Silva – Praça da Matriz – Foto: Kyko Barros (2022)

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